2010-12-06

Stepenwolf - Só para Loucos (parte 2)

Agora, enquanto transito por essa cidade insana enchendo meu caderno com anotações que nunca irão ser lidas por outro imagino que minha chegada aqui realmente é algo que faria o caso da cabeça voadora ser simples.
Depois d'Os Improváveis ganharam uma sinistra partida de poker eles, juntamente com dois Texas Rangers, começaram a confabular uma saída noturna nos arredores da cidade. Tentei descobrir da forma que me era possível o que eles tramavam, mas se mostrou infrutífero. Segredinhos e olhares denunciaram algo sério, mas tudo se limitava a isso.
Não me sobrou outra alternativa, tive que segui-los, e naquela noite, um grande grupo de pistoleiros cavalgaram rumo ao leste, imaginei que eles entrariam de assalto em algum covil de assaltantes de trem, ou perseguiriam alguma gangue de ladrões de gado, mas não, eles apenas se encaminharam a uma antiga e abandonada estação ferroviária no meio do deserto, numa cidade abandonada e esquecida por Deus.
A noite estava silenciosa e lúgubre, tentei observar o que eles faziam, mas o bando parecia estar apenas parado, esperando.
Me questionava o que eles esperavam, e foi quando o som anunciou a insanidade.
Inicialmente parecia um som de trovão, algo poderoso sendo lançado sobre o deserto, então começaram as lamúrias da ghost rock sendo queimada, os sons foram aumentando gradativamente. Os trovões pareciam ser cadenciados e junto com aquele poderoso estrondo podia ouvir meu coração marretando no meu peito, parecia que a cada forte batida do longínquo som meu peito se preparava mais para explodir, suava frio, atento, e então desejei, como nunca antes, ter uma profissão diferente, algo que me deixasse quieto e omisso no recanto de um lar.
Um poderoso trem chegava a estação, parecia que os trilhos caiam ante ele e construíam a estrada conforme ele ia andando. Era uma coisa macabra, envolta na fumaça maldita do gosth rock, conforme ia se aproximando era possível ver melhor, sua frente parecia um grande crânio com a boca aberta, pronta para engolir a todos, e então ele parou na estação.
Criaturas desceram do trem, e como se já não tivesse visto coisas suficiente que me fariam duvidar de minha insanidade eu vi a morte descer daquele trem. Figuras trajando negro, carregando a cruel foice nas mãos e com o crânio todo amostra, sem pele, sem olhos, apenas o frio vazio no fundo do crânio.
Os Improváveis e os Rangers negociaram com aquelas criaturas, eles pareciam inabaláveis ante a própria morte e quando estavam prontos para partir os donos do trem me viram. O medo tomou conta de mim, podia ver minha hora chegando, e via que não seria de forma calma e agradável, seria trucidado por aquelas foices - você estava certa - ali perderia a cabeça por causa do meu enxerimento.
Mas não, fui levado ao grande grupo, e com eles encaminhado ao trem, Jimmy me acalmou, e uma vez no meio de tantos heróis do Oeste, me senti seguro.
Fomos deixados na entrada de uma cidade, essa cidade medonha onde escrevo minhas ultimas palavras, e ali, na entrada da cidade, a pouca dose de esperança que me restava, se esvaiu.
Foi assim que cheguei a Dead Edem.

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