2010-05-11

Derradeiro fim...

Foi através de uma visão nos Campos de Caça que o grupo entendeu o que havia. Apesar de terem entrado de forma variada, todos acabaram se encontrando no mundo espiritual, a região estava completamente devastada, ali era possível ver o verdadeiro estrago que anos de mortos-vivos e manitous infestando a região tinham feito.
Eles caminharam até um grande buraco cercado por pedras, lá de baixo conseguiam ouvir um uivo distante, um uivo de dor, como se o dono daquele uivo tivesse passado os últimos anos sendo torturado constantemente, eles tentaram encontrar uma forma de ajudar ali, mas tudo parecia em vão, foi quando começaram a voltar um a um para o mundo real.
No mundo real as coisas não estavam melhor, Alex se encontrava bem ferida, assim como o Reverendo Jhonson, Rivereye não havia esperado o resto do grupo se organizar e saíra sozinho para o deserto, e o Padre Brancusi também estava ferido, ao que tudo indicava Jimmy havia perdido uma partida contra o seu manitou e o Padre havia sido vítima das artimanhas do maligno espírito.
Depois dos piores problemas terem sido amenizados o grupo saiu em busca de Rivereye e acabaram encontrando o círculo de pedras, vigiado por um grupo de índios amaldiçoados, mas não havia buraco no meio da construção, apenas o solo duro.
O grupo lutou contra os índios, foi difícil, mortos-vivos parecem ser mais resistentes e mais obstinado, mas os heróis saíram vitoriosos e, depois disso, planejaram uma forma de salvar o Grande Lobo que estava aprisionado no solo, para isso precisaram voltar ao acampamento e buscar dinamite, o tempo urgia, aquela era a última noite, a última chance, eles estavam feridos, cansados, abalados física e espiritualmente, mas alguma coisa os impelia em frente, talvez fosse a vontade de sair dali, mas não apenas fugir e sim sair com a satisfação de ver aquele lugar livre.
O Reverendo e Jimmy voltaram ao cemitério para buscar dinamites enquanto o resto do grupo montava guarda, esperando defender a construção caso outros índios voltassem. Ainda era dia, uma sensação momentânea de segurança passava na mente deles enquanto observavam isso.
Depois da explosão a terra tremeu, um vento forte cortou o ar, mais parecia um uivo do que vento, Rivereye podia ouvir o uivo com clareza, podia ver o Grande Lobo emergindo de sua prisão. Agora eles poderiam terminar com a maldição do Forte Horse.

Zombies, o trem fantasma e um estábulo mal observado - parte 3

O grupo observou o forte com atenção, pelo menos a maior parte do grupo com a maior parte do forte, Alex conseguiu alguns objetos antigos e Jimmy encontrou um diário velho, que quando leu descobriu ser de um huckster que serviu no Fort Horse a quase 20 anos, e que fora ele quem estruturou o ritual que faria com que eles pudessem lutar com os índios, mesmo depois da morte.
Mas o grupo se perdeu no tempo enquanto investigava o quartel do forte, na cabine do Coronel encontraram armas de condecoração, um diário do Coronel - frustrado pelas contínuas derrotas contra os shoshoni da região - e cartas parabenizando ele por vitórias, que iam contra as palavras escritas no diário. Sem perceber o tempo passar a noite começou a chegar e logo eles virem movimentação no pátio do forte, soldados mortos-vivos transitavam organizando o forte para mais uma defesa durante a noite. Um pequeno grupo montou cavalos tão mortos quantos seus cavaleiros e partiram para alguma patrulha, o grupo observava com atenção, foi quando o barulho começou.
Parecia que algo despencava do céu, um som estrondoso, como se algo desabasse no chão, logo depois veio a lamúria característica da ghost rock sendo queimada junto com o som de um trem em movimento. O grupo procurava por alguma estação, mas nada, uma névoa começou a se alastrar pelo forte, o som de algo desabando aumentava, assim como todos os outros, até o seu cume, foi quando o trem parou.
Criaturas em manto preto desceram dele, seguravam foices e pareciam montar guarda em volta do trem, um maquinista cadavérico caminhou até o Coronel e conversou com eles, o grupo olhava atônito, Rivereye parecia petrificado ante aquela visão, e o medo percorria a todos, o medo de ser descoberto por aquelas criaturas e do que elas poderiam fazer com eles.
Alguns soldados foram até o estábulo e trouxeram uma pequena gaiola, todos olharam para o Reverendo, que havia ficado de observar o estábulo. Os soldados levaram a gaiola até o fosso e começaram a descê-la, logo em seguida a gaiola voltou, mas agora trazia duas pessoas dentro de si. O Reverendo Jhonson se corroia de remorso, afinal era incumbência dele averiguar aqueles dois pontos, e devido a abstinência ao álcool, ele não deu muita atenção para eles.
As criaturas de manto se preparavam para pegar os dois presos e coloca-los no trem, foi quando o Padre Brancusi saiu rapidamente do quartel, pedindo ao grupo que ficasse ali.
O Padre caminhou pelos mortos-vivos como se não houvesse mal que o atingisse, as criaturas apenas olhavam pra ele e recuavam. Ele alcançou os dois presos e com calma os retirou das mãos das figuras de manto, rezou pelos dois e desferiu um golpe mortal em cada um, em seguida pegou um por cada pé e os levou dali. As criaturas nada fizeram, apenas assistiam a tudo, aqueles que apontavam armas ao Padre logo baixavam sem conseguir disparar.
Nisso Jimmy se recordou de uma antiga história sobre um trem da morte, esperando que o Reverendo não lembrasse também, senão estariam todos mortos.

2010-05-10

Zombies, o trem fantasma e um estábulo mal observado - parte 2, ou Contos na Crípta


O grupo estava sentado na cripta, comiam carne-seca e feijão frio, tentava se recuperar do susto inicial, estavam reunidos em volta de uma lamparina, o Padre italiano, o Pastor negro, a mulher pistoleira, o índio mestiço e o bruxo burguês. Contemplavam o silencio da cripta enquanto esperavam o Padre falar, esperavam entender um pouco mais a situação, lá fora o barulho dos tiros e gritos cortavam a noite.
O Padre falou por um bom tempo, contou ao grupo sobre sua vinda da Europa pra América, que vinha a fim de estudar os eventos misteriosos que ganhavam fama por lá, falou sobre sua vagem ao deserto com um pequeno grupo, sobre como foram emboscados naquela região e como as criaturas foram matando, ano após ano o grupo que andava com o Padre, de como havia andado pela região em busca de resposta nos últimos cinco anos, mas o que descobrira é que esses eventos ocorriam durante uma semana, apenas uma vez por ano, que os mortos da região, tanto os índios quanto os brancos, se levantavam e arrastavam quem quer que estivesse vivo para um dos lados, através da morte. Mas também trouxe esperança, quando contou como ganhou a benção divina, como a força de Deus agora transbordava pelo seu corpo permitindo que ele operasse milagres em Seu nome, e mostrou isso curando os ferimentos do Reverendo, que ele havia conseguido consagrar aquele cemitério e que graças a isso os mortos-vivos não conseguiam adentrar a área do cemitério.
O grupo sabia que seu tempo era curto, que tinham apenas mais três dias para concluir o serviço ou o índio não receberia seu nome, o nervosismo tomava conta do grupo, eles haviam encontrado apenas três mortos-vivos e já havia sido bem difícil, agora podiam ouvir a batalha acontecer ao fundo e se perguntavam em como enfrentar aqueles dois exércitos, em como resolver isso. Segundo o Padre a solução seria esperar o amanhecer e procurar pistas.
E o amanhecer veio, o silêncio morto tomou conta da região, nenhum animal era ouvido, só o som do vento como um lamurio choroso cortava o ar, dando a impressão de que os cinco eram as únicas coisas vivas em milhas, apenas eles e os cavalos, que se encontravam nervosos com tudo.
Eles encontraram um forte abandonado e destruído, era o forte que o Pai Lobo havia mandado o índio destruir, mas agora ele entendia que não era a construção que deveria cair, pois esta já havia sucumbido a tempos, eram os dois exércitos que deveriam ser eliminados, era o mal que se abatia por toda a região que tinha seus dias contados.

2010-05-03

Zombies, o trem fantasma e um estábulo mal observado - parte 1

O grupo esperava dentro da sala do comandante do quartel, ao que tudo indicava, ali era um dos lugares mais seguros do forte, as coisas que estavam do lado de fora pareciam se manter afastadas do prédio do quartel, mas isso também não diminuía muito a tensão. Uma horda de zumbis e o trem fantasmagórico que acabara de chegar não facilitavam as coisas, os heróis se mantinham em silêncio, tentando não fazer barulho nem quando respiravam. Aquelas coisas não pareciam zumbis de verdade, afinal caminhavam normalmente, conversavam e, pra piorar, carregavam armas. O grupo aguardava, e enquanto aguardava pensava em como tudo havia ocorrido.
A viagem foi calma, Jimmy conseguiu encontrar a localização do forte na junta militar de Denver e a única coisa estranha sobre o forte é que ele já havia sido destruído cerca de 15 anos atrás por uma tribo de índios, isso intrigava o grupo, afinal eles deveriam destruir um forte que já estava destruído.
Eles chegaram na região logo no início da noite e conforme iam se aproximando da região ela ficava cada vez mais deserta, estranhamente deserta. Era como se os animais não quisessem estar ali, ou haviam sido todos mortos, as plantas estavam todas secas, o solo rachado, enfim, a região parecia estar toda morta, profundamente morta, e isso trazia uma forte incomodarão ao grupo, algo como se a qualquer momento eles também desaparecessem da região, e se isso acontecesse, ninguém sequer ia lembrar que um dia eles teriam existido, assim como a região, eles seriam apagados do mundo.
Os cavalos pareciam incomodados e o grupo parou para tentar acalmá-los, foi quando o ataque aconteceu.
Um pequeno grupo de índios que patrulhava a região percebeu o nosso grupo de heróis se aproximando e se prepararam para uma emboscada. Com um certo trabalho os índios foram sobrepujados, no meio do combate um outro homem entrou na luta e auxiliou nossos heróis, os índios lutaram até a morte, e foi quando isso aconteceu que os heróis foram surpreendidos. Quando foram olhar mais detalhadamente quem havia os atacado que o grupo tomou um susto, os índios pareciam mortos a muito tempo, eram só pele e osso, o couro ressequido cobria a ossada deles, e aquela impressão de morte se tornou mais forte.
O homem se apresentou, o nome dele era Victor Brancusi, um padre católico, vindo da Itália apenas para estudar os eventos misteriosos que aconteciam na America e eram comentados por toda a Europa.
O padre os levou até um cemitério próximo de onde eles se encontravam, explicou que era o único lugar seguro na região e começou a contar-lhes o que sabia sobre os horrores que tomavam aquela área nesta época do ano.