2010-05-10

Zombies, o trem fantasma e um estábulo mal observado - parte 2, ou Contos na Crípta


O grupo estava sentado na cripta, comiam carne-seca e feijão frio, tentava se recuperar do susto inicial, estavam reunidos em volta de uma lamparina, o Padre italiano, o Pastor negro, a mulher pistoleira, o índio mestiço e o bruxo burguês. Contemplavam o silencio da cripta enquanto esperavam o Padre falar, esperavam entender um pouco mais a situação, lá fora o barulho dos tiros e gritos cortavam a noite.
O Padre falou por um bom tempo, contou ao grupo sobre sua vinda da Europa pra América, que vinha a fim de estudar os eventos misteriosos que ganhavam fama por lá, falou sobre sua vagem ao deserto com um pequeno grupo, sobre como foram emboscados naquela região e como as criaturas foram matando, ano após ano o grupo que andava com o Padre, de como havia andado pela região em busca de resposta nos últimos cinco anos, mas o que descobrira é que esses eventos ocorriam durante uma semana, apenas uma vez por ano, que os mortos da região, tanto os índios quanto os brancos, se levantavam e arrastavam quem quer que estivesse vivo para um dos lados, através da morte. Mas também trouxe esperança, quando contou como ganhou a benção divina, como a força de Deus agora transbordava pelo seu corpo permitindo que ele operasse milagres em Seu nome, e mostrou isso curando os ferimentos do Reverendo, que ele havia conseguido consagrar aquele cemitério e que graças a isso os mortos-vivos não conseguiam adentrar a área do cemitério.
O grupo sabia que seu tempo era curto, que tinham apenas mais três dias para concluir o serviço ou o índio não receberia seu nome, o nervosismo tomava conta do grupo, eles haviam encontrado apenas três mortos-vivos e já havia sido bem difícil, agora podiam ouvir a batalha acontecer ao fundo e se perguntavam em como enfrentar aqueles dois exércitos, em como resolver isso. Segundo o Padre a solução seria esperar o amanhecer e procurar pistas.
E o amanhecer veio, o silêncio morto tomou conta da região, nenhum animal era ouvido, só o som do vento como um lamurio choroso cortava o ar, dando a impressão de que os cinco eram as únicas coisas vivas em milhas, apenas eles e os cavalos, que se encontravam nervosos com tudo.
Eles encontraram um forte abandonado e destruído, era o forte que o Pai Lobo havia mandado o índio destruir, mas agora ele entendia que não era a construção que deveria cair, pois esta já havia sucumbido a tempos, eram os dois exércitos que deveriam ser eliminados, era o mal que se abatia por toda a região que tinha seus dias contados.

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