2009-11-27

Desfecho

O grupo acordou preso, cada um em um grande X de madeira, um pequeno grupo de pessoas observava os heróis, estavam numa grande mesa no centro uma mulher mechendo numa estranha máquina, ela estava terminando de fixar o mecanismo que havia sido roubado da agencia postal.
Durante algum tempo o grupo tentou argumentar com a Doutora Madeleyne, mas isso estava fora de cogitação, ao que tudo indicava ela estava furiosa com a cidade, dizia que era pela sua morte, o que era estranho, afinal ela estava ali conversando com eles
O grupo estava dolorido, algemado e mais sem muitas esperanças, a Doutora Mad explicava o que a máquina faria, ela abriria uma fenda entre o plano físico e um plano espectral e traria uma criatura que seria usada em sua vingança, era a mãe do monstro que os heróis haviam matado anteriormente, isso não animava ninguém só de pensar que aquela criatura do tamanho de um cavalo era um filhote já trazia uma certa angustia e ao que tudo indicava eles seriam a primeira refeição do monstro.
A máquina começou a trabalhar, o barulho da gosth rock anunciava isso, uma pequena luz começou a se formar na ponta da antena e corria o espaço, era como se um relâmpago em câmera lenta saisse da máquina. Depois de alcançar uns 4 metros o relâmpago começou a se separar, uma fenda se abria em pleno ar.


Apenas um dos bandidos desistiu de ficar na mesa, o resto estava confiante na liderança da Doutora, mesmo assim se assustavam com a criatura que começava a surgir, o grupo de heróis não conseguiam mais pensar numa saída, a essa altura já era possível ver a cabeça da criatura, tinha o tamanho de uma carroça, poderia devorar um porco com uma única bocanhada. Foi quando os tiros começaram.
O grupo não conseguia ver de onde os disparos vinham, mas os bandidos começaram a procurar cobertura, uma máquina voadora pousou na frente deles e nela estavam o Doc Twist e seu assessor Toby.
Enquanto o estranho Doutor corria para auxiliar o grupo Toby fazia a cobertura, usava uma pistola gatling e disparava no intiuto de manter os bandidos afastados. O Doutor foi libertando o grupo, começou por Jimmy e seguiu em direção a Alex, o Reverendo que estava no X entre os dois estava conseguindo se soltar sozinho, apesar de sua cabeça parecer explodir por causa da mordida que a criatura havia lhe dado.
Toby caiu em meio ao tiroteio, agora nada impedia dos bandidos alvejarem o grupo, Jimmy conseguiu pegar sua arma e tentava acertar na antena da máquina na tentativa de parar aquilo, foi necessário apenas um único tiro certeiro. Enquanto isso a Doutora Mad, vendo que seu plano ia por água a baixo, corria para o girocóptero do Doc Twist e se preparava pra ir embora.
Balas voaram para todos os lados, mas no fim os heróis conseguiram impedir a entrada da edionda criatura e ainda conseguiram levar alguns prisioneiros para serem julgados.
Mas a Doutura continua a solta e provavelmente voltará em busca de vingança.


2009-11-26

No rastro dos assaltantes

O tempo passava e em companhia de meus novos amigos eu estava no encalço dos bandidos que assaltaram o correio e mataram o pobre rapaz que trabalhava lá, Alex seguia o rastro deles, enquanto isso eu pensava em meus filhos e na minha comunidade que haviam desaparecido, encontrá-los era o meu principal objetivo em vida, mas isso teria que esperar, meus companheiros precisavam da minha ajuda, ainda mais agora que estávamos sem Rivereye, e eu poderia substituí-lo até ele se recuperar. O tempo passava e logo chegamos em meio a duas cordilheiras, o rastro parecia nos levar adentro e a intranqüilidade nos espreitava, aquele lugar era podre, podia sentir a maldade contida no local e cada vez que avançávamos eu e meus companheiros sentíamos mais profundamente o peso daquele lugar, os cavalos estavam nervosos pareciam precipitar o que nos aguardava, ouvi um barulho estranho e apontei minha Winchester para a direção do ruído, e nada, não havia nada, nada visível pelo menos, mas havia algo errado, isso eu tinha certeza, logo vimos a entrada de uma caverna, os bandidos haviam entrado lá sem sombra de dúvida, então eu e a xerife descemos dos cavalos e nos dirigimos até a entrada para averiguar o local, quando me dei por conta, um grunhido ensurdecedor veio de trás de mim e da xerife, me virei e quase não acreditei no que meus olhos viam, Jimmy estava enrascado, uma criatura das trevas maior que um cavalo andava pelas paredes da cordilheira, ela estava furiosa e pulava em direção a Jimmy, Alex atirava com fúria no monstro, Jimmy começava a realmente me assustar, de suas mãos cartas apareceram do nada e uma rajada de energia saíam delas em direção a criatura, corri em direção ao monstro e a queima-roupa desferi um tiro em suas costas, ela se virou e senti um frio na espinha, aquele poderia ser o meu fim, senti a visão nublar, meu corpo foi perdendo as forças e uma dor aterradora tomou conta de mim, mal pude perceber que aquele ser maligno havia abocanhado meu crânio, num último esforço de salvar minha vida Deus me deu forças para desferir um último tiro em direção a cabeça daquele monstro antes que o meu corpo desabasse e minha mente cansada apagasse.
Reverendo Gary



Pandemônio na oficina - parte 4


As coisas aconteceram rápido demais.
O carro-serra veio na direção de Jimmy e sem pensar muito ele bolou uma ação evasiva, Alex ainda não conseguia controlar a gatling e se aproximar dela estava mais difícil ainda, agora então, com aquela coisa vindo na sua direção as coisas não tinham ficado melhores. Sem pestanejar Jimmy mergulhou nos Hunting Grounds buscando uma solução rápida, para quem observava de fora foi um piscar de olhos, as cartas surgiram na mão de Jimmy, uma boa mão pensou ele.
Para surpresa de todos Jimmy foi submergindo nas sombras da parede ao seu lado e acabou emergindo próximo a gatling, ajudando Alex a segurar a arma.
O que Jimmy não se lembrou naquele rápido instante foi da xerife que vinha logo atrás dele, imersa em seu ritual ela não podia fazer muita coisa, não conseguiria desviar, todo o grupo olhava atento, Alex estava presa a arma, Rivereye estava longe demais, mas o Reverendo Gary não pensou duas vezes, estava totalmente livre agora e o mínimo que podia fazer era auxiliar aqueles que haviam se arriscado por ele. Em um impulso rápido ele voou na direção da estanha máquina atingindo-a bem em cheio, segurando-a do banco e do guidom ergueu-a acima da cabeça e terminou de destruí-la no marco da parede.
A xerife Sun estava terminando seu ritual, a canção chegava a um ápice, as ervas brilhavam com uma luz viva e ela estava completamente imersa naquela situação, não reparava em mais ninguém a sua volta, apenas escutava as dezenas de vozes das criaturas que se escondiam entre os dois mundos.

Com força atingiu o chão com as ervas, aquilo parecia um martelo atingindo uma lâmina fervente, uma onda varreu a sala, uma onda de energia clara e conforme a onda passava pequenas criaturas verdes e horripilantes surgiam.
O terror tomou conta de todos, não um terror natural como o de uma criança desarmada frente a uma alcatéia de lobos, mas um terror maior, como o de uma pessoa presa em seu pesadelo. Eles tentaram se controlar, buscavam forças pra lutar contra aquele medo, não queriam se render àquilo. Alex entrou em um modo automático, sacou a arma e começou a disparar contra qualquer coisa verde que se movesse, a xerife sacou a sua faca e partiu pra cima daquelas criaturas, se fosse morrer agora seria como uma verdadeira guerreira de seu povo, horária os espíritos que lhe auxiliaram. Rivereye não agia de forma diferente, seu corpo doía devido ao ferimento, pensava na sua vingança, na xerife e tentava se mover na direção dela, não queria correr o risco de outro carro daqueles entrar e ele não estar por perto. O Reverendo Gary se defendia das criaturas que o cercavam, o arranhavam, estava com raiva e indignado por ter sido feito de refém, aquelas criaturas demoníacas seriam o alvo perfeito de sua fúria, ou da ira divina, o que para ele parecia ser a mesma coisa nesse momento.
Já Jimmy tentou lutar contra o medo, ele não sabe o que houve, se foi a influência do seu manitou, ou se foi o fato dos dois gremlins que estavam na arma saltarem na direção dele quando a magia foi completada, mas ele também agiu por instinto, só que seu instinto de sobrevivência queria fazer com que ele saísse dali. Jimmy mergulhou nos Hunting Grounds novamente e recebeu auxílio mais do que ligeiro do seu manitou, mergulhou nas trevas e quando saiu do lado de fora da casa correu o máximo que podia pro mais longe possível daquele inferno.
Depois de alguns golpes a xerife se sentiu fraca, Rivereye pegou-a nos braços e tratou de sair dali, Alex e o Reverendo ainda lutavam contra as criaturas, Alex tentava chegar perto da bancada, os gremlins tentava se apossar da pistola dela, pois a cada tiro era um deles abatido.
O Reverendo deu cobertura a Alex, ela pegou algumas plantas que estavam em cima da bancada e fugiu dali, afinal depois de todo aquele trabalho nada mais justo do que garantir algum lucro.
O grupo se reuniu perto dos trilhos na entrada da Cidade Velha, Jimmy havia voltado, sentia vergonha, mas não podia fazer mais nada.
A xerife cantou mais uma vez sua canção entorno dos objetos de todos os integrantes, até das coisas do Reverendo, que foram encontradas junto de seu cavalo perdido em uma viela na Cidade Velha. Dois gremlins fugiram dos objetos, tentando escapar do grupo, Alex acertou um tiro em cheio, Rivereye arremessou seu machadinho e atingiu o segundo com precisão.
Depois de se organizarem com seus objetos voltaram pra cidade.
Ainda não sabiam do assalto ao serviço postal.
 

2009-11-23

O Carro-serra

As árvores lhe incomodam?
Você quer plantar e ela estorvam a sua região?
Ou você está querendo melhorar o seu negócio?


Tenha um carro-serra então.

Um ótimo produto pra você amigo que esta precisando limpar a sua região ou pra você que busca melhorar seus negócios, com ele você pode derrubar até 4 árvores por dia.
Ainda temos o modelo com braço extensor.
Não espere o inverno chegar pra pensar em lenha,
adquira agora mesmo um carro-serra.
Na compra de um carro-serra você ganha de brinde 
duas serras adicionais.

2009-11-22

Pandemônio na oficina - parte 3

O tiroteio começou de dentro da oficina pra fora, o reverendo Gary gritou um alerta as pessoas que estavam do lado de fora e as balas começaram a voar, a gatling cuspia com fúria os projéteis e eles rompiam a madeira das paredes e faziam da pequena oficina um campo de guerra.
Os heróis do lado de fora se abaixaram tentando se proteger, o reverendo se encolheu dentro da sua rede e os dois gremlins dentro da gatling gargalhavam enquanto criavam alvoroço no recinto.
Alex empurrou a porta e a xerife começou a se esgueirar pra dentro da sala, tinha nas mãos um pequeno ramo de ervas e enquanto se arrastava tentava se concentrar numa canção de infância convocava os espíritos em busca de auxílio, sabia que aquelas criaturas ficariam escondidas no meio do caminho, entre os hunting grounds e o mundo físico e conhecia o ritual necessário para trazê-los ao mundo físico e assim enfrentá-los frente a frente.
Riverey se jogou pela janela, quando viu a xerife entrando não pensou duas vezes, sabia que não podia deixá-la sozinha e em momentos de euforia Rivereye agia por instinto, se jogava de cabeça e não pensava muito nas consequências.
Alex entrou logo atrás da xerife, enquanto a xerife se arrastava o mais pro centro da sala possível Alex se manteve perto da porta, a principio esquivava das balas, mas já sacava o chicote e buscava um bom ângulo pra tentar laçar a gatling.
Enquanto isso Jimmy entrava sorrateiramente na sala, tentando dar cobertura ao resto do grupo, carregava um porrete na mão e tinha a sua mente engatilhada pensando em magias que seriam úteis naquele momento, passou na rente da xerife afim de deixar ela protegida enquanto o feitiço era conjurado.
Os gremlins corriam pela oficina, dois se mantinham na gatling, um pequeno grupo corria pela teia elétrica que ficava fixado no teto e nas paredes da oficina, era uma teia que a doutora usava junto a um para raio e um dínamo para ter outro tipo de energia em casa, várias chuvas haviam ocorrido desde que a casa fora abandonada e o dínamo se encontrava gordo como um peru na véspera de natal de tanta energia. Um outro grupo correu até a frente da casa em busca do carro-serra que estava em exposição na oficina.O resto deles esperavam alvoroçados pelo banquete que aquilo prometia.


O grupo agiu muito rápido, parecia que estavam ficando cada vez mais entrosados, Rivereye se dedicou a soltar o homem preso na rede, preparando-se para jogar sua machadinha em direção a corda que suportava a rede, a gatling cuspiu balas, acertando Rivereye e a Alex, ela de raspão ele já parecia ser um ferimento mais sério, mas Rivereye buscou forças e conseguiu um arremesso perfeito, rompendo a corda em apenas uma tentativa.

O chicote de Alex serpenteou o ar na direção da gatling, se enroscou na arma como uma jibóia em sua presa, Alex forçava pra arma mudar os alvos, tentava fazer ela disparar pra cima. Os gremlins na arma lutavam contra a mulher, mas ela era muito mais forte que eles, apesar de serem dois contra um, eles continuavam disparando na tentativa do própria arma auxiliar em sua soltura.
Jimmy andava pela sala tentando fugir das balas da melhor forma que podia, ia rente a parede enquanto a xerife vinha entoando uma antiga canção e balançando as ervas, ela tentava fazer o possível pra se manter concentrada na magia mesmo dentro daquele pandemônio que havia se formado ela tentava maner o foco.
Os gremlins viram Jimmy se arrastando próximo a parede e resolveram agir contra ele, os que usavam a teia elétrica da xerife começaram a desgarregar pequenos choques pelos fios que corriam pela parede a qual Jimmy estava encostado, o grupo que havia ido buscar o carro-serra já havia conseguido liga-lo e agora entravam na sala.
Aceleravam o máximo que podiam enquanto iam pra cima de Jimmy.

2009-11-21

Gremlins

Notas para aquele que me subistituir.
Como escrevi anteriormente a Cidade Velha é um problema, o maior problema da nossa cidade, uma doença acordada pelos inventos malucos dos cientistas, aqui falarei de um grande problema dela, os gremlins.
As primeiras pessoas que vi usarem esse nome foram os Texas Rangers, pouco tempo depois da cidade ter ficado maluca, eles apareceram e ajudaram a estruturar as coisas, me deram um pouco de instrução sobre essas criaturas e deixo esse pouco aqui, pra quem quer que venha tentar manter a cidade em ordem.

Esses bichinhos não são nada bonzinhos, no início criaram o inferno na cidade, muita gente morreu ou ficaram feridas por causa dessas coisas. Não dá pra ver eles por que eles transitam entre a nossa terra e a terra dos espíritos, assim podem usar nossas armas e ficarem invisíveis. Tem uma facilidade pra mexerem em coisas mecânicas, uma espécie de possessão foi o que me explicaram, então tente não usar qualquer tipo de coisa que possuam engrenagem, como uma pistola, por que eles podem controlar ela e piorar a tua vida.
Pra lutar contra eles acabei fazendo uma viagem espiritual e os espíritos me ensinaram um ritual pra fazer com que manitous ou outros espíritos possam sair dessa linha que fica entre os dois mundos, assim eles ficam visíveis e acertáveis. Não sei como você vai fazer pra lidar com eles, mas desejo sorte.
Eles se reproduzem muito rápido e, segundo os Rangers, até em fios de telégrafo eles conseguem transitar.
Por enquanto os trilhos nos mantém afastados deles, parece que o gritador do Doutor Twist também faz isso. Rezo aos espíritos que nos protejam no dia que eles passarem pro lado de cá.
Xerife Silver Sun
1875

2009-11-20

Pandemônio na oficina - parte 2

O reverendo Gary estava pendurado em uma rede no centro de uma sala que parecia uma oficina, havia silêncio e ele não conseguia ver quem poderia ter trazido ele até ali. Esperava ver algum homem grande ou alguns homens, afinal era preciso vários homens pra conseguir arrastar alguém do tamanho do reverendo, mas não havia ninguém e isso tornava a situação mais estranha ainda. O reverendo tentava se soltar, mas acabou percebendo um tipo de arame farpado envolto na rede, ou seja, sair dali poderia deixá-lo bem ferido e provavelmente sem condições de enfrentar quem quer que tenha trazido-o até ali. Foi quando ouviu barulho do lado de fora, clamou por ajuda, viu um vulto se esgueirando pela janela, se fosse o dono da casa não faria isso, então era sinal de que só podia ser algum auxílio, parece que as preces do reverendo foram ouvidas.
Foi quando a loucura começou.
 
O grupo de heróis vinha se aproximando da casa da Doutora Madaleine sorrateiramente. Assim que chegaram na calçada começaram a organizar a invasão, Rivereye tentava ver alguém pela janela, a xerife e Alex estavam na porta, só esperando um sinal pra invadirem a casa enquanto Jimmy protegia a retaguarda do grupo, as portas das jaulas que Rivereye havia usado para armadilhas estavam loucas, ficavam batendo sozinhas, como se uma força externa estivesse abrindo e fechando-as.
Rivereye pode ver alguém dentro da casa, parecia um búfalo pendurado no centro da sala, a poeira da janela não deixava ver melhor, até que um grito de alerta veio lá de dentro.
Foi quando a loucura começou.

Eles espreitaram o grupo chegando, escondido atrás das barras, por dentro das engrenagens das jaulas. Começaram com pequenos sustos, já haviam conseguido uma boa refeição com o gigante da noite anterior, agora quatro indivíduos suculentos estavam se aproximando da casa. Eles faziam as portas das jaulas baterem, alguns reconheceram alguns indivíduos do grupo, a índia que a muito passeava por ali, sabiam que ela era perigosa, que tinha boas armas contra eles, então era bom ter cuidado com ela, havia também o índio que armava as jaulas, trazia comida pra eles e ainda deixava uma peça pra eles descansarem, uma pena, ele não era de todo ruim, os outros dois vinham armados o que faria a situação ser mais divertido.
Quando o grupo passou pelas jaulas um deles correu e saltou na arma do que vinha mais atrás, ele já tinha muito medo no cheiro, seria um prato cheio, um deleite, uma refeição farta. Como sempre ninguém o viu, ele saltou na arma e se alojou nas engrenagens, se fundiu ao objeto, agora o corpo da arma também era seu corpo e faze-la disparar seria como arrotar, era só forçar um pouco.
Ficou ali aguardando, o grupo se aproximou da casa e começou a investigar o local, dentro da arma ele ria da débil tentativa deles de serem discretos, ninguém era tão discreto quanto o seu pessoal e o grupo até poderia ser bom, mas perto do seu povo eles eram como búfalos caminhando sobre cacos de vidro, ou seja, facilmente captáveis.
Lá dentro o resto do pessoal já estava se posicionando, o negro gigantesco havia tentado pedir socorro o que só ajudava a mostrar a posição de quem estava chegando, não que eles precisassem do negro, o pessoal das jaulas na rua já haviam avisado eles. Dois deles correram pra gatling e começaram a se ajustar a arma, um cuidaria do gatilho o outro do movimento da arma. Se eles fugissem seria de medo, o que seria bom também, no fim eles sempre sairiam ganhando. Agora era só cuspir balas.

2009-11-13

Os últimos momentos de Michael Smith

Michael Smith era um sonhador, desde pequeno sonhara em ser um pistoleiro, acompanhara as aventuras de Wild Bill na adolescencia e depois as de Jesse James, sonhava com o dia que seria tão veloz no gatilho como Wild Bill e tão carismático como Jesse, pensava que seria um Wild James, gostava desse nome, quando fosse temido e respeitado usari ele, não um Michael Smith, um nome sem graça e que não evocava nada, a não ser um "ah" desinteressado de qualquer pessoa que o conhecesse.
Nos sonhos de Michael, Wild James era o maior herói do Oeste, um herói que teria impedido aquela explosão na cidade velha, um herói que cavalgaria com a xerife ao por do sol e a tomaria em seus braços, onde ela se derretiria e voltaria a ser uma dona de casa esperando pelo seu herói voltar de suas aventuras.
Mas ao invés disso Michael era apenas um atendente dos serviço postal, recebia e repassava as encomendas, raramente era agradecido por isso, mas sempre brigavam com ele quando os telegramas eram mandados errados ou quando uma carga se perdia. Como se fosse culpa dele os problemas gerados no processo entre um ponto e outro da entrega.
Recentemente até tinha ficado empolgado com a história do assalto ao trem, principalmente quando ele ficou com a caixa que era tão cobiçada pelos bandidos. Mas o jornal falava dos heróis do trem, dizia que a carga estava no serivço postal e nem citava o nome dele. Pra variar, ele não era ninguém, só mais um atendente.
Sentado atrás do balcão Michael olhava os trilhos do trem, e esperava o tempo passar.
Foi quando um homem entrou no recinto, alto, com vasto bigode, um chapéu largo, pistolas na cintura e um olhar de "você-não-quer-me-ver-bravo". Michael não queria ver ele bravo com certeza e tentou ser o mais gentil possível.
- Bom dia, o que o senhor deseja? - perguntou Michael. - Tem uma encomenda esperando por mim aqui, disse o homem. - Desculpe, mas o senhor tem certeza? O trem dessa semana já chegou e todas as encomendas forma repassadas. Michael começava a ficar preocupado, será que tinha entregue a carga do Sr. você-não-quer-me-ver-bravo pra outra pessoa. Começou a buscar em sua mente pra quem ele poderia ter entregue alguma carga errada, buscou seu livro de registros atrás de alguma resposta. Foi quando ele entendeu o que estava acontecendo.
Michael parou, nervoso, não sabia o que fazer, nunca tinha participado de um assalto e quando pensava nisso gostava de se ver como o assaltante, não tão feio quanto o Sr. "você-não-quer-me-ver-bravo", alguém mais garboso, que desarmaria moças com um sorrizo. Mas estava acontecendo o contrário, ele era a vítima e estava entrando em pânico.
- A minha carga ainda está aqui, no nome de Madeleyne Louise Stenphenson. Falou o Sr. você-não-quer-me-ver-bravo, enquanto levava a mão na arma. Michael estava mais branco que papel, paralizado, não sabia o que fazer. - Então gordinho, cadê minha encomenda? o Sr. você-não-quer-me-ver-bravo acabava de sacar a arma e apontava pra Michael que olhava pro cano da arma atônito. - Rápido gordo, eu não tenho o dia inteiro. Michael começou a se mover, uma perna de pois a outra, caminhava vagarosamente em direção a caixa que a xerife havia deixado pra ele cuidar, pensava só que não queria morrer.
Michael trouxe a caixa até o balcão, passou pela grade, o Sr. você-não-quer-me-ver-bravo apenas olhava pra ele com um sorrizo no canto da boca, pegou a caixa e começou a sair. - Bom garoto, nada de heroísmo, você não vai querer abandonar o seu servicinho né?.
Michael só pensava na xerife e no pedido dela pra cuidar da caixa, pensava em Wild Bill Hickok, e no herói que sempre sonhou ser, buscou uma força que não sabia se existia dentro dele e puxou de baixo do balcão a velha escopeta que o serviço de postagem havia dado pra ele no seu primeiro dia de trabalho. - Ei feioso! o Sr. você-não-quer-me-ver-bravo começou a se virar em na direção de Michael de novo, quando viu a escopeta apontada pra ele correu com a mão livre na direção da arma, mas foi tarde demais.
A adrenalina corria no sangue de Michael, jamais havia se sentido assim, agora sabia o que era ser um herói, o tempo ficara devagar o Sr. você-não-quer-me-ver-bravo começou a cair no chão, o tiro havia acertado em cheio as suas costas, Michael sorria, a xerife o veria como um herói, quem sabe até aceitasse sair pra ver o por do sol com ele, quem sabe poderia se candidatar à equipe de defesa da cidade, sua vida mudara, ele agora era um herói.
Em seus delírios Michael não viu o segundo homem entrando no recinto, ele apenas olhava pro corpo do homem que acabara de matar e pra carga que havia defendido, quando reparou no segundo homem já era tarde demais, não havia mais tempo de recarregar a escopeta, não havia mais tempo nem de mirar. O tempo continuava lento, mas Michael parecia mais lento ainda e naquela lentidão toda podia ver o seu algoz disparando a arma, podia ver a bala cortando o ar.
Quando caiu no chão com o peito ensanguentado, Michael não via a sua vida passar nos seus olhos, via só o que seria a sua vida a partir dalí, seus sonhos, que começariam a se realizar. Só conseguia ver a xerife aceitando seu pedido e eles saindo pra passear em um belo cavalo ao por do sol.
Infelizmente, pra Michael, seus sonhos não seriam notícias no jornal.

2009-11-12

Pandemônio na oficina - parte 1

Estava todo mundo reunido na volta do acampamento de Rivereye. A xerife Sun, Alex, Jimmy e o próprio Rivereye, estavam elaborando o plano pra pegar a fera que assolava a região, enquanto Rivereye oferecia café pra todo mundo. Alex com sua habitual cara fechada recusava, Jimmy chegava trazendo alguns bolos ingleses e a xerife explicava que eles esperariam mais um pouco, que o Doutor Twist enviaria mais munição pra arma que seria usada pra caçar a besta.
Foi quando uma figura magra e curvada se aproximou do grupo, era Toby, o assessor de Doc. Twist, trazia uma pequena caixa nas mãos, depois de ser recebido pelo grupo entregou a caixa com a munição e avisou a xerife que alguém havia sido pego na antiga casa da Doutora Stephenson, que ouvira gritos vindo de lá enquanto vinha encontra-los.
Ryvereye ficou empolgado, afinal a ideia de ver se suas armadilhas haviam funcionado estava como a segunda coisa a se fazer hoje, depois de caçar a besta assassina. A xerife estava preocupada, não gostava da ideia da cidade-velha ter feito mais uma vítima. Alex via a oportunidade de fazer um bom negócio, afinal que melhor chance de encontrar as plantas da Doutora e ficar com todo o lucro do que numa missão que não incluía fazer isso. Jimmy por sua vez não pensava em voltar lá, a última vez que passaram por ali alguma coisa não o agradou e alguma coisa martelava nele, talvez instinto de sobrevivência, talvez medo. Mas independente dos motivos, todos acabaram se preparando para adentrar na cidade-velha e, tentar invadir a antiga casa da Doutora Mad. Lou. Stenphenson. A xerife pediu que todos deixassem armas e qualquer engenhoca que alguém pudesse ter, ela mesma só pegou uma antiga sacola de couro e uma faca, Alex não abandonou a sua arma mas estava com seu chicote na mão, Jimmy apenas descarregou o seu revolver e aceitou um porrete que a xerife lhe ofereceu, Rivereye não viu problemas em deixar seus rifles pra trás, ficaria com seu tomahawk, o que já lhe bastava.

Assim que começaram a se aproximar da casa já foi possível avistar as armadilhas de Ryvereye, a comida de todas elas haviam sido retiradas, algumas estavam abertas, outras não, mas não havia nada em nenhuma delas, o que quer que tenha passado por ali levou a carne e saiu das armadilas sem problemas. 
Quando chegaram proximo a casa podiam ouvir barulho vindo de dentro dela, Ryvereye tentava observar pela janela, Alex e a xerife se aproximaram da porta, a xerife avisou a Alex que precisaria de um tempo dentro da casa e pra isso precisaria de cobertura, Alex não viu problemas nisso, Jimmy também cuidaria de fornecer cobertura a xerife. Foi quando as portas das armadilhas começaram a bater e os gritos lá dentro começaram.

2009-11-11

ATAQUES À COMUNIDADE

Será uma nova força de proteção?

No fim da tarde de ontem foi visto entrando na cidade um grupo incrivelmente fantástico. Acompanhando a xerife Silver Sun vinham os audazes heróis que haviam impedido o assalto ao trem a alguns dias atrás.
Ao que tudo indica esses heróis estão no encalço da matilha de lobos que recentemente atacou alguns animais da fazenda de Billy Barklei e ontem pela manhã fez mais uma vítima, agora humana, o minerador Larry Smith.
O grupo constitui do Incrível Jimmy, que anda procurando oportunidades na cidade, a senhorita Alex Stone, que atualmente esta trabalhando para o senhor Might, e o caçador Ryvereye, que montou seu acampamento ao lado da prisão da cidade. A pergunta que tem sido feita por vários habitantes da cidade é: Será que estas pessoas farão parte da proteção da cidade? Será que nossa comunidade tem recursos pra sustentar um grupo tão grande de proteção? Será que a xerife cuidaria desta matilha sozinha? E será que eles demorarão muito pra apresentar os corpos dos malditos lobos que tem trazido terror aos habitantes da nossa bela cidade?
Só o tempo responderá a estas perguntas, mas o Devil's News acompanhará de perto o progresso destes audazes heróis.

Problemas com animais selvagens perto da sua propriedade?
Aquela doninha está roubando sua comida?
Aquele lobo esta atacando seus animais?

Use as armadilhas do Moe.
Temos pra todo tipo de animal.
Prende até marido em casa.

2009-11-10

Mais uma carta

Apresentamos mais uma carta colocada na mesa.

Pastor Garry Jhonson, 8 ♠ - Vindo do Sul, o pastor Garry perdeu sua congregação recentemente, e saiu em peregrinação atrás de repostas, ou pelo menos pistas de alguém, qualquer pessoa, que fazia parte da sua comunidade. Chegou a Devil's Throat através de uma amizade com  Doc. Bell, e logo na sua chegada teve uma recepção assustadora.

Armadilhas e pistolas insandecidas



Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Um grito cortava a noite, ele vinha no seu cavalo, já avistava a cidade a algum tempo, acompanhara os trilhos até a estação de trem. Foi quando ouviu o grito.
Pareciam duas cidades, uma um reflexo distorcido da outra, divididas pelos trilhos do trem. Uma em crescimento, pulsando energia, algumas pessoas vinham cambaleando, vítimas da diversão da noite, de um bom dinheiro gasto nos braços de uma dama da noite. A outra era maior, mas parecia um fantasma futuro daquela cidade pulsante, com casas um pouco melhores e mais fortes, mas completamente abandonada, coberta por uma neblina macabra, e era dela que o grito vinha.
Ele não podia suportar aquilo, parecia que uma dama estava em perigo, e em um grande perigo, por que o grito cortava a cidade toda. Ele começou a se encaminhar na direção da cidade "reflexo-fantasma", enquanto olhava pros transeuntes da "cidade-viva", parecia que eles não ouviam o grito, ou não viam a cidade, parecia que simplesmente ignoravam aquilo tudo. Provavelmente o álcool, pensou ele.
Foi adentrando na cidade, era um indivíduo não muito acostumado a sentir medo. Um homem grande, forte como um búfalo, tão grande como um também. Se alguém estivesse fazendo mal a alguma moça, este alguém é que sentiria medo.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Outro grito, ele sacou a arma, ia atento a tudo na volta. Foi quando viu as jaulas, rodeando uma casa, algumas abertas, outras fechadas, mas todas completamente vazias. Deu uma olhada mais a fundo na casa, foi quando aquilo o assustou. Uma mão bateu na janela, uma mão cinza esverdeada, unhas grandes, que mais pareciam garras, arranharam o vidro enquanto a mão escorria pela janela, a porta da casa se abriu, as portas das jaulas começaram a bater desenfreadamente.
Tentou sair dali, subitamente sua arma disparou, sozinha, como se estivesse possuída por uma força demoníaca. Mais um tiro, o cavalo se assustou, empinou e o derrubou no chão, se levantou pra pegar o seu cavalo e ir embora, voltaria assim que amanhecesse com mais gente pra encontrar a moça. Mas quando se aproximava do cavalo uma rede voou de dentro da casa. Ele lutou contra a rede, forçava, na esperança de quem quer que estivesse na outra ponta desse cabo-de-guerra tivesse menos força que ele, o que era comum, mas não adiantava, quem quer que estivesse lá dentro, não permitia que ele se mexesse, muito pelo contrario, o forçava a andar na direção da casa.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Outro grito cortou a noite.
Desta vez não era o de uma moça...